Jesus e a Semeadura
Allan Kardec,
o codificador da doutrina espírita, na questão 625 do Livro dos Espíritos,
interroga ao espírito da verdade qual seria o modelo mais perfeito que Deus
oferece a humanidade como guia e modelo. A resposta é simples, clara e objetiva:
Jesus.
O Cristo
demonstrou através de suas palavras e muito mais por suas atitudes, a condição
moral perfeita que está ao alcance de todos os homens encarnados na terra.
Embora, outros ilustres seres moralmente evoluídos terem compartilhado sua
existência neste mundo, nenhum atingiu a magnitude daquele que apresentou ao
mundo a lei de amor, justiça e caridade.
Livre dos
vícios e mazelas que assombram e atrasam a humanidade, as condutas de Jesus
sempre foram compatíveis com seus ensinamentos. A luz de seu espírito resultava
em condutas harmoniosas, porque vivia o que falava. Em lições de amor, porque
era mais do que um reformador moral. Em consolações, porque levava esperança e
falava da vida futura. Em devotamento, porque era fiel a seus princípios e a
sua missão terrena. Em justiça, porque tratava todos com igualdade, sem
qualquer tipo de distinção. E em bondade, porque era animado pelo Espírito
Divino, soberanamente justo e bom.
Os
ensinamentos foram propagados, entregues oportunamente a todos nós das mais
diversas formas, durante os vários milênios da existência humana. Comparando-se assim, a semeadura do
agricultor, que lança aos campos as sementes propícias ao desenvolvimento,
dependendo porém do estado de cada terreno para a resposta quanto à possibilidade
ou não de crescimento daquilo que lhe foi entregue. Falou assim Jesus através
da parábola do semeador.
A época de
Cristo, o costume era que as terras não fossem devidamente reservadas para o
plantio, como habitualmente assistimos nos dias de hoje. Muito pelo contrário,
as sementes eram lançadas nas condições que as terras se encontravam, ficando
cada pedaço entregue a sua própria sorte para desenvolvimento ou não daquilo
que lhe foi submetido.
O
questionamento natural remete-nos a tentar entender o porquê fomos comparados
com terrenos despreparados na famosa parábola do semeador.
Conversaremos mais
sobre estes ensinamentos do Mestre Jesus e de Seu convite à todos nós, no nosso
III Encontro da Juventude Espírita de
Coronel Fabriciano, neste domingo! O tema principal, Semeadores de Jesus,
se inspira no capitulo XVII do Evangelho Segundo o Espiritismo, “Sedes
perfeitos”.
O objetivo do
presente texto é apenas nortear o caro leitor quanto ao objeto de estudo em
mais um encontro organizado em prol da propagação dos ensinos de Jesus à luz do
Espiritismo.
Então, a
singela comparação de Jesus na parábola do semeador, compara a semente com a
palavra de Deus, verdadeiro tesouro moral, o Cristo por sua vez, na figura do
enviado de Deus, titular da verdade, é representado por aquele que lança, o
semeador que saiu a semear, o terreno, como já citado, somos nós, a humanidade,
que independente do grau evolutivo, recebe a oportunidade dos ensinamentos do
nosso guia e modelo.
A entrega dos
ensinamentos, independente do nível moral do individuo é resultante da justiça
divina. Cuja perfeição faz com que todos sejam tratados com igualdade, sem
excesso ou falta de oportunidades. Cabendo a cada individuo fazer-se
desenvolver através daquilo que lhe é entregue.
Nossa conduta
frente aos ensinamentos caracteriza a analogia usada por Jesus na parábola do
semeador. Tomar conhecimento das leis divinas e ensinamentos cristãos e ainda
assim ignorá-los, nos equipara àquele que foi perdido ao inicio da caminhada, derrotado
prematuramente em sua própria conduta de omissão.
Por sua vez,
não basta apenas acolher os ensinamentos, é necessário desenvolve-los, caso
contrário a missão da tentativa de semeadura restará fracassada, pois não
fixara raízes no terreno lançado, comparado na parábola ao terreno rochoso. Por
outro lado, quando recebemos e apesar disso ficamos reféns dos vícios terrenos
somos comparados as sementes presas ao espinheiro. De toda sorte, aquele que recebe
e pratica, vencendo a si mesmo, recebe em boa terra.
Assim, devemos
procurar deixar brilhar a alvorada da caridade em nossos corações, pois somente
assim contribuiremos para o nosso próprio desenvolvimento, dando exemplo e vida
a tudo que Jesus nos deixou. Fazendo deste mundo um ambiente mais amoroso,
fraterno e benevolente, livres das más
influencias das paixões mundanas, que estamos invariavelmente submetidos.
No entanto,
não desanimemos, a semente lançada precisa encontra terreno propício para o seu
desenvolvimento, sejamos, portanto, cada vez mais, estes. E acima de tudo,
Semeadores de Jesus!
Vitor Madureira