Hoje apresentaremos à vocês a história do ESPERANTO de uma forma bem poética.
Em versos de cordel, José Leite de Oliveira Jr., do Ceará; faz a narrativa contando-nos como surgiu o Esperanto.
Pra quem não conhece, a Literatura de Cordel também conhecida no Brasil como folheto
é um gênero literário escrito frequentemente na forma rimada, originado em
relatos orais e depois impresso em folhetos,
As estrofes mais comuns são as de dez,oito ou seis
versos, Os autores ou cordelistas recitam esses versos de forma melodiosa e
cadenciada acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declarações
muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.
Confira o cordel abaixo:
ESPERANTO EM CORDEL
Nestes versos populares
O Esperanto é o tema
Espero que Deus me ajude
Com a sua luz neste poema,
Trazendo a inspiração
Na palavra e na noção
Sobre esse belo sistema,
O Esperanto é uma língua
Hoje mais que centenária,
Foi criado na Polônia,
Numa intenção libertária,
Por Lázaro Ludovico.
Zamenhof, a quem dedico
Esta história doutrinária
E essa língua apareceu
Num livro pequeno e enxuto:
Tamanho não é documento,
O que importa é o produto.
Dezesseis regras somente
Resumiam a semente
Daquele fecundo fruto.
No ano de 87
Do século XIX,
Pôde o homem conhecer
A língua de Zamenhof,
Sobre a qual este poeta
De forma simples, direta
Vai falar em cada estrofe,
De família polonesa,
Descendente de judeus,
O menino Ludovico
Sempre surpreendeu os seus,
Tendo sido exemplar
Nos estudos e no lar,
Onde havia fé em Deus.
Zamenhof, polonês,
Praticando a Medicina,
Receitou o Esperanto
Contra o mal que se origina
Com a Torre de Babel,
Quando o homem ousou o céu
Sem a permissão divina,
Cada povo tem a sua língua,
Seu costume e sua cultura,
A diversidade é tanta
E há tanto tempo perdura,
Que romper com a maldição
E ousar com um mundo são
É que parece loucura.
Na Bialistoque natal,
Falava-se polonês,
Russo, alemão, lituano,
Fora o ensino do francês,
Do latim e do hebraico,
No religioso ou laico,
Quantas línguas de uma vez!
Cada falante queria
Impor o seu pensamento
E a sua religião.
Que ódio no sentimento
Dessa cidade polaca...
O resultado era a faca,
Nos menos ressentimentos.
Ludovico Zamenhof
Desde cedo percebia
Que na fronteira da língua
Muita batalha haveria.
Inconformado, ele, então,
Procurou a solução
Numa língua de harmonia,
E tanto isso é verdade,
Que o jovem polonês
Ainda na adolescência
Dedicou-se até que fez
Um livro com a língua nova.
Estava ali sua prova
De gênio e de sensatez.
Feliz, reuniu amigos,
Com os quais comemorou,
Soprando a vela do bolo
Que sua mãe preparou,
De alegria ele exultava,
Pois seu sonho ali estava;
Num livro se transformou.
A Língua Internacional
Por ele foi batizada.
A sua idéia visava
A todos ser repassada,
Traduzindo a união
A todo povo e nação,
Numa língua planejada,
Mas o pai de Ludovivo
Achou o projeto estranho.
Como é que alguém pensou
Tão grande desse tamanho?
Como é que um rapaz
Podia pensar em paz
Nesse mundo tão medonho?
Santo de casa não faz
Milagre, já diz a gente.
A voz do pai, preocupado,
Ganhou eco maldizente,
Houve conselho contrário
Àquele plano gregário
Do gênio do adolescente,
Assim o pai lhe pediu,
E jovem era obediente,
Que adiasse mais um pouco
Seu projeto persistente;
Mais, depois da Medicina
Se aquela fosse sua sina
Que ele seguisse em frente.
Então Ludovivo foi
Estudar na Faculdade.
O Curso de Medicina
Fez com zelo e propriedade.
Conforme foi prometido,
Adiou o seu sentido
De ajudar a Humanidade.
Numas férias, no entanto,
Estando em casa outra vez,
Perguntou pelo seu livro
E um silêncio então se fez.
Vendo que o filho sofria,
A mãe disse que um dia
Do livro o pai se desfez.
O pai acabou queimando
A obra que o rapaz
Escrevera com esmero,
Dedicando-se tenaz
Ao que então se consumira
Numa incompreensível pira,
Pois sonho não se desfaz.
Tendo o pai rompido o trato,
Zamenhof redobrou
Seu esforço ano a ano
Até que ele terminou
Uma versão mais madura
Da obra que, prematura,
O seu pai incendiou,
A chama do sacrifício
Incendiou lhe o ideal.
Pediu ao futuro sogro
O apoio editorial
Para lançar o Esperanto:
E fogo nenhum foi tanto,
Que apagasse esse fanal.
A Europa ficou pequena
Pra tamanha expansão.
Antes do século XX,
Em constante progressão,
Não restou mais continente
Sem que a estrela reluzente
Brilhasse na escuridão.
O livro de 87,
Em russo, no original,
Teve nesse mesmo ano
Versão internacional,
Publicado em polonês,
Em alemão e francês,
Mantendo aceso o ideal.
Na língua da esperança
Publicaram-se revistas.
Nova língua se falava
Nos clubes esperantistas.
Obras se traduziam,
E outras se produziam
No Esperanto entre os artistas.
Dezoito anos passados
Desde o livro original,
Realizou-se o Congresso,
O primeiro universal,
Em Bolonha-sobre-o-Mar
Foi um evento sem par
No plano internacional,
Zamenhof lá esteve,
Ensinando sobre a essência
Do projeto que criou.
Por seu gênio e competência
Foi aplaudido e aclamado,
O patrimônio legado
Manteria a consistência,
E os anos que viveria
Zamenhof com firmeza,
A missão continuava
No argumento e na franqueza.
A luta do Esperanto
Podia evitar o pranto
Da guerra e da malvadeza.
Apesar de tanto esforço
Em prol da paz e do amor,
A Primeira Grande Guerra
Trouxe um tempo de terror.
Até mesmo o Esperanto
Sofreu baixas, não o encanto,
Na morte do criador.
Em 17 morria
Com desgosto certamente,
Zamenhof em plena guerra,
Mas deixou a toda gente
O exemplo e a atitude
Pra que a humanidade mude
Superando-se na mente.
Outra guerra mundial
O mundo consumiria,
Dizimando tantas vidas,
Como nunca se veria.
Na Polônia, em holocausto,
Muito Zamenhof infausto
A morte conheceria.
Hoje a UNESCO reconhece,
No seio da humanidade,
O valor do Esperanto,
Em cuja comunidade
Permanece o idealismo
E o mesmo altruísmo
Da originalidade.
Que esta mensagem alcance
Com a luz da verde esperança
Mais lutadores na causa
Da harmonia e da bonança,
Que a Babel globalizada
Seja logo superada
Pela fraterna aliança.
Ludovico Zamenhof
Ensinou o Esperanto
Irmanados no idioma
Trabalhemos nós, portanto,
Em prol de um mundo novo
Juntos, como um só povo,
Remido de guerra e pranto,
(O cordel acima é de autoria do Sr. José Leite de Oliveira Jr, de Fortaleza-CE. Além de artista plástico,é delegado da Universala Esperanto-Asocio e sócio da Brazia Esperanto-Ligo)
Uma versão mais madura
Da obra que, prematura,
O seu pai incendiou,
A chama do sacrifício
Incendiou lhe o ideal.
Pediu ao futuro sogro
O apoio editorial
Para lançar o Esperanto:
E fogo nenhum foi tanto,
Que apagasse esse fanal.
A Europa ficou pequena
Pra tamanha expansão.
Antes do século XX,
Em constante progressão,
Não restou mais continente
Sem que a estrela reluzente
Brilhasse na escuridão.
O livro de 87,
Em russo, no original,
Teve nesse mesmo ano
Versão internacional,
Publicado em polonês,
Em alemão e francês,
Mantendo aceso o ideal.
Na língua da esperança
Publicaram-se revistas.
Nova língua se falava
Nos clubes esperantistas.
Obras se traduziam,
E outras se produziam
No Esperanto entre os artistas.
Dezoito anos passados
Desde o livro original,
Realizou-se o Congresso,
O primeiro universal,
Em Bolonha-sobre-o-Mar
Foi um evento sem par
No plano internacional,
Zamenhof lá esteve,
Ensinando sobre a essência
Do projeto que criou.
Por seu gênio e competência
Foi aplaudido e aclamado,
O patrimônio legado
Manteria a consistência,
E os anos que viveria
Zamenhof com firmeza,
A missão continuava
No argumento e na franqueza.
A luta do Esperanto
Podia evitar o pranto
Da guerra e da malvadeza.
Apesar de tanto esforço
Em prol da paz e do amor,
A Primeira Grande Guerra
Trouxe um tempo de terror.
Até mesmo o Esperanto
Sofreu baixas, não o encanto,
Na morte do criador.
Em 17 morria
Com desgosto certamente,
Zamenhof em plena guerra,
Mas deixou a toda gente
O exemplo e a atitude
Pra que a humanidade mude
Superando-se na mente.
Outra guerra mundial
O mundo consumiria,
Dizimando tantas vidas,
Como nunca se veria.
Na Polônia, em holocausto,
Muito Zamenhof infausto
A morte conheceria.
Hoje a UNESCO reconhece,
No seio da humanidade,
O valor do Esperanto,
Em cuja comunidade
Permanece o idealismo
E o mesmo altruísmo
Da originalidade.
Que esta mensagem alcance
Com a luz da verde esperança
Mais lutadores na causa
Da harmonia e da bonança,
Que a Babel globalizada
Seja logo superada
Pela fraterna aliança.
Ludovico Zamenhof
Ensinou o Esperanto
Irmanados no idioma
Trabalhemos nós, portanto,
Em prol de um mundo novo
Juntos, como um só povo,
Remido de guerra e pranto,
(O cordel acima é de autoria do Sr. José Leite de Oliveira Jr, de Fortaleza-CE. Além de artista plástico,é delegado da Universala Esperanto-Asocio e sócio da Brazia Esperanto-Ligo)
Fonte: Blog Esperanto em Foco
Descubra o esperanto: https://esperanto.blog
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