LOUVOR AO LIVRO ESPÍRITA
Fixa-se na epopéia da Boa Nova o verbo
divino relatado pela palavra dos evangelistas, retratando a jornada do
inesquecível Rabi Galileu, ensejando à posteridade de todos os tempos a
incomparável mensagem de redenção para os homens.
Antes disso, desde Hamurabi, que
registrava em estelas de pedras a intuição do Alto, dando origem aos códigos de
moral que norteariam os passos das criaturas na direção do bem, homens
inspirados, heróis do pensamento e santos da ação relevante, gravaram as
instruções do Mundo Superior, em tijolos, pedras, papiros, peles, pergaminhos,
madeiras e papel, oferecendo preciosos legados para as idades futuras, como
contribuição inalienável da felicidade humana.
Em todas as épocas, desde as mais
recuadas, o verbo, ora na eloquência do discurso oral, ora através do livro
abençoado, tem sido mensagem de Deus que chega à Terra, a fim de conclamar
mentes e corações ao nobre ministério da evolução Retratando estágios das
diversas civilizações, construindo idéias, levantando impérios, a palavra sadia
é semente de luz atirada ao solo dos séculos pela excelsa providência de Nosso
Pai, atestando a Sua comunhão com as criaturas.
Foi por essa razão que os Espíritos
Superiores, encarregados de apresentar ao emérito Codificador do Espiritismo as
linhas básicas da Religião da Humanidade para o porvir, foram peremptórios nos
postulados do amor e da instrução, como corolários essenciais da Caridade.
No amor o homem sublima os sentimentos e
marcha no rumo nobilitante da felicidade, amparando e ajudando em nome de
Jesus.
Mediante a instrução, a criatura se liberta
das amarras da ignorância, estabelecendo a ponte de luz entre os abismos que o
separam dos objetivos que persegue.
A instrução, no sentido superior da
educação, que é construção e preservação da paz no íntimo, consegue conduzir o
amor, para que este não se entorpeça nem se envileça ante as paixões
individuais ou as expressões poderosas de grupos, refletindo aquele sentimento
com o qual Jesus nos amou.
Assim considerando, ontem como hoje, o
livro é pão da vida, preparado com o trigo da sabedoria para sustentação das
criaturas todos os dias.
Quando o canhão ameaça e a bomba dizima, o
livro consegue silenciosamente modificar o status
quo e erguer os ideais que jazem amortalhados sob o pavor ou dormem em
baixo das cinzas da destruição, ou vencidos pelas labaredas do ódio, de modo a
renovar as expressões da criatura em nome da paz, da liberdade e do amor.
O livro espírita, nesse sentido, guarda o
hálito superior da vida para a manutenção das aspirações da Terra, no justo
momento em que desajustados, os indivíduos se atiram em louca e desabalada
correria pelos sombrios meandros da indiferença, do descaso, do cinismo e da
criminalidade.
O livro espírita, preservando a palavra do
Mundo Maior para a clarificação do mundo menor, transcende a própria
contextura, pois que nele são registradas as experiências dos que passaram pela
Terra e superaram o portal de cinza e lama da sepultura.
Bem-aventurado seja, pois, aquele que
esparze alegria, o que doa pão, o que oferta medicamento, o que distende linfa
generosa, o que concede agasalho, mas, sobretudo, o que planta o futuro,
luarizando com a palavra espírita inserta no livro libertador a grande noite da
ignorância, na qual padecem os espíritos jugulados ao passado delituoso ou
atados às reminiscências dolorosas sob o talante com que renasceram para
resgatar e libertar-se.
Jesus, o Mestre por excelência, até hoje
trabalha, ensina e, tomando a Natureza como motivação superior, dela faz um
livro divino para ofertar-nos preciosas lições de amor e sabedoria com que
prossegue conclamando-nos à ventura plena e à paz integral.
Semeemos, pois, o livro espírita, e
estaremos libertando desde agora o mundo de amanhã, com a madrugada da Era Nova
de que o Espiritismo se faz mensageiro.
*
“Porém, o Consolador, que é o Santo
Espírito, que meu Pai enviar á em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos
fará recordar tudo o que vos tenho dito”.
(João, 14:26)
*
“Venho, como outrora aos transviados filhos
de Israel, trazer vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me, O
Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem que lembrar aos
incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande,
que faz com que germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina
divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade
e disse: Vinde a mim, todos vós que sofreis”.
(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO,
Capítulo 6º — Item 5)
Joanna de Angelis, no livro Florações Evangélicas
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