Seja bem-vindo ao nosso blog.

Este é o nosso canal de comunicação!

Qualquer dúvida, contribuição, sugestão ou crítica, escreva-nos: juventude_espirita@hotmail.com


Mostrando postagens com marcador Luz Espírita. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Luz Espírita. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Carnaval, Carnaval... a festa dos delírios



Carnaval, Carnaval... a festa dos delírios





"Ai, ai, ai, ai, ai... Está chegando a hora!..."

Aproxima-se mais uma edição da "festa do delírio", quando são liberadas as fantasias e é permitido o prazer de viver "os prazeres da carne", a pretexto de suportarmos, pelo resto do ano, os desprazeres da "vida real". E como estamos "no país do samba e do carnaval", não temos como escapar da folia, ainda mais numa era de intensa e irreversível interação digital, pelo que o assunto permeia nossa casa, nosso cotidiano, nossa mente. É possível fazer diferente? Será que não temos o direito "humano" de gozar um pouquinho dessa farra toda? Não seria ou "fanatismo" ou "puritanismo" demais da parte dos religiosos se esquivar dessas "coisas naturais"? Afinal, o que é certo e o que é errado em torno do Carnaval?

Bem, quem somos nós para dizermos o que é certo e o que não é! Em todo o caso, a Doutrina Espírita, através da sua literatura clássica e das experiências de respeitáveis confrades, vem nos dar subsídios para nossa reflexão acerca do referido tema, a fim de cada qual construa sua afirmação consciencial.

Encontramos interessantes notas, por exemplo, um trecho da fala do Espírito Emmanuel, pela psicografia por Chico Xavier, nos seguintes termos:

"Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.

É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização.

Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.

Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.

Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.

Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem?

Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretenciosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.

É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral".

Emmanuel
Psicografado por Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939



quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O ESPIRITISMO E O DIA DE FINADOS



O ESPIRITISMO E O DIA DE FINADOS

Neste 2 de novembro, como soe acontecer todos os anos, vivemos um feriado cuja motivação é a de se reverenciar os mortos.

A tradição é muito antiga e é o dia onde, em maior número, as pessoas se dispõem à visitação das necrópoles. Nesta ocasião, o Poder Público e também empresas privadas que administram cemitérios, até mesmo por pressão da comunidade, buscam dar mais atenção à conservação de túmulos, promover limpeza, pintura e outras providências reclamadas e que nunca passam desapercebidas.

Embora não façamos visitas tão frequentes à necrópole da cidade, vez por outra adentramos ao cemitério para dar uma olhada nos túmulos de parentes, amigos, vultos do movimento espírita e cidadãos que conhecemos.

Sem querer fazer apologia à visitação de cemitérios, temos a lamentar certos descasos que testemunhamos na contemplação de alguns desses locais. Muitas sepulturas deterioradas, diversas sem vestígio de limpeza e um sem número de outras que não trazem qualquer referência ao ser humano cujo corpo decomposto ali se encontra depositado. É triste esse abandono que vale por atestado de falta de cidadania e de respeito àqueles que nos antecederam na viagem de retorno à pátria dos imortais. Não devemos perder de vista a indisfarçável agressão ao meio ambiente que é, ou devia ser, uma preocupação a ser considerada por todos nós.


O Espírita e o respeito aos mortos

Na nossa maneira de ver os cuidados que acima relatamos devem ser comuns a espíritas, católicos, budistas, evangélicos, judeus, e a cidadãos de qualquer outra crença ou seita religiosa.

Como espíritas sabemos perfeitamente que o espírito que animou o corpo, já reduzido a pó e cujos restos se encontram na intimidade de um tumulo, ali não permanece jungido a espera de visitação. Mas isto não significa que a alma desencarnada seja insensível às almas amigas que buscam reverenciá-las ainda que à beira de uma tumba da qual não estão fazendo efetivamente a sua morada.

Certamente, vão se aproximar dos visitantes, recolher as preces sinceras que partem dos corações sensíveis, vão abraçá-las, encorajá-las, chorar juntas,  consolarem-se.

É bem verdade que os estados espirituais não são os mesmos, as reações não são iguais e as vibrações podem não ser das melhores. Mas a lembrança, com certeza, nunca vai ser pior que o abandono.

Em O Livro dos Espíritos na questão 320 quando Allan Kardec pergunta se os Espíritos se sensibilizam quando lembrados por aqueles que lhe foram caros na Terra respondem: “Muito mais do que podeis supor. Se são felizes, esse fato lhes aumenta a felicidade. Se são desgraçados, serve-lhes de lenitivo”.

Nas perguntas seguintes sobre o tema aduzem os espíritos:

“Os espíritos acodem nesse dia ao chamado dos que na Terra lhes dirigem seus pensamentos, como o fazem noutro dia qualquer.” (Q. 321).

“Nesse dia, em maior número se reúnem nas necrópoles, porque então também é maior, em tais lugares, o das pessoas que os chamam pelo pensamento. Porém, cada Espírito vai lá somente pelos seus amigos e não pela multidão dos indiferentes.” (Q. 321-a)

“Aí comparecem sob a forma que tinham quando encarnados”. (Q. 321-b)

Na questão 322 Allan Kardec questiona como se comportam aqueles esquecidos, cujos túmulos ninguém vai visitar, e se experimentam algum pesar por verem que nenhum amigo se lembra dele, ao que os espíritos respondem:

“Que lhes importa a Terra? Só pelo coração nos achamos a ela presos. Desde que ai ninguém mais lhe vota afeição, nada mais prende a esse planeta o Espírito, que tem para si o Universo inteiro.”

Prosseguindo até a questão 329 de O Livro dos Espíritos, onde Allan Kardec ouve os espíritos sobre a Comemoração dos Mortos e Funerais, chegamos à conclusão de que devemos respeitar aqueles que ainda tem esse costume, as vezes muito frequentes, aproveitando o ensejo, quando possível, para falar-lhes respeitosamente sobre a imortalidade da alma, sobre a proximidade dos desencarnados com os que aqui permanecem e sobre a possibilidade concreta de ajudarem-se mutuamente.

Ressaltar sobre o valor da prece que deve ser exercitada em benefício dos desencarnados, não exclusivamente em cemitérios, mas no nosso dia a dia através do pensamento de gratidão adornado por gestos altruístas que lhes possam agradar.

O que queremos dizer nestas singelas palavras é que não devemos desmerecer aqueles que ainda precisam dessa manifestação exterior como forma de validar ou de materializar esse sentimento de apreço e gratidão àqueles que já partiram e que em seus corações deixaram a marca indelével da saudade.

Embora no meio espírita seja prática quotidiana orar por encarnados e desencarnados, respeitemos esse costume que enseja a aproximação entre aqueles que se amam nas duas humanidades que se entrelaçam.



A divulgação espírita nos cemitérios

Algumas entidades e órgãos espíritas aproveitam o Dia de Finados para fazer distribuição de mensagens espíritas nas portas dos cemitérios. Um dos pioneiros nessa forma de divulgação foi Cairbar Schutel que fazia questão de se deixar fotografar junto das sepulturas para atestar sua convicção na imortalidade da alma.

Cairbar Schutel com companheiros espíritas distribuindo mensagens no cemitério de Matão, SP Foto: O Clarim


Túmulo de Allan Kardec no Pére Lachaise – o mais visitado
O Cemitério Pére Lachaise, na cidade de Paris, França, é considerado um dos principais do mundo. Ali os visitantes podem adquirir um guia turístico do cemitério e sair descobrindo as sepulturas dos famosos ali inumados. Os espíritas que visitam aquela necrópole têm como uma das metas conhecer o túmulo do codificador do Espiritismo Allan Kardec. Também no Pére Lachaise estão as sepulturas dos vultos espíritas Gabriel Delanne e Pierre-Gaëtan Leymarie.




Turista orando no sempre florido túmulo de Allan Kardec. Cemitério Pére Lachaise, Paris, França. Foto Ismael Gobbo