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quarta-feira, 27 de julho de 2016

A conta da vida



A conta da vida



Neio Lúcio 



Quando Levindo completou vinte e um anos, a Mâezinha recebeu-lhe os amigos, festejou a data e solenizou o acontecimento com grande alegria.



No íntimo, no entanto, a bondosa senhora estava triste, preocupada.



O filho, até à maioridade, não tolerava qual­quer disciplina. Vivia ociosamente, desperdiçando o tempo e negando-se ao trabalho. Apren­dera as primeiras letras, a preço de muita dedi­cação materna, e lutava contra todos os planos de ação digna.



Recusava bons conselhos e inclinava-se, fran­camente, para o desfiladeiro do vício.



Nessa noite, todavia, a abnegada Mãe orou, mais fervorosa, suplicando a Jesus o encaminhasse à elevação moral. Confiou-o ao Céu, com lágrimas, convencida de que o Mestre Divino lhe ampararia a vida Jovem.



As orações da devotada criatura foram ouvidas, no Alto, porque Levindo, logo depois de arrebatado pelas asas do sono, sonhou que era procurado por um mensageiro espiritual, a exibir largo documento na mão.



Intrigado, o rapaz perguntou-lhe a que devia a surpresa de semelhante visita.



O emissário fitou nele os grandes olhos e respondeu:



— Meu amigo, venho trazer-te a conta dos seres sacrificados, até agora, em teu proveito.



Enquanto o moço arregalava os olhos de assombro, o mensageiro prosseguia:



— Até hoje, para sustentar-te a existên­cia, morreram, aproximadamente, 2.000 aves, 10 bovinos, 50 suínos, 20 carneiros e 3.000 peixes diversos. Nada menos de 60.000 vidas do reino vegetal foram consumidas pela tua, relacionan­do-se as do arroz, do milho, do feijão, do trigo, das várias raízes e legumes. Em média calculada, bebeste 3.000 litros de leite, gastaste 7.000 ovos e comeste 10.000 frutas. Tens explorado fartamente as famílias de seres do ar e das águas, de galinheiros e estábulos, pocilgas e redis. O preço dos teus dias nas hortas e pomares vale por uma devastação. Além disto, não relacio­namos aqui os sacrifícios maternos, os recursos e doações de teu pai, os obséquios dos amigos e as atenções dos vários benfeitores que te rodeiam. Em troca, que fizeste de útil? Não restituíste ainda à Natureza a mínima parcela de teu débito imenso. Acreditas, porventura, que o centro do mundo repousa em tuas necessidades individuais e que viverás sem conta nos domínios da Cria­ção? Produze algo de bom, marcando a tua pas­sagem pela Terra. Lembra-te de que a própria erva se encontra em serviço divino. Não permitas que a ociosidade te paralise o coração e desfigure o espírito!...



O   moço, espantado, passou a ver o desfile dos animais que havia devorado e, sob forte espanto, acordou...



Amanhecera.



O   Sol de ouro como que cantava em toda parte um hino glorioso ao trabalho pacífico.



Levindo escapou da cama, correu até à ge­nitora e exclamou:



— Mãezinha, arranje-me serviço! arranje-me serviço!...



   Oh! meu filho — disse a senhora num transporte de júbilo —, que alegria! como estou contente!... que aconteceu?



E o rapaz, preocupado, informou:



— Nesta noite passada, eu vi a conta da vida.



Daí em diante, converteu-se Levindo num homem honrado e útil.





 Página psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, constante do cap. 17 do livro Alvorada Cristã.

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